Emerson começou o ano com o pé no acelerador. Pressionado pela disputa que se avizinha no ataque do Corinthians, o herói da conquista da Libertadores mostrou disposição extra nos primeiros jogos que disputou e foi elogiado por isso, mas sofre com a seca de gols que o acompanha desde outubro do ano passado.
A situação é nova para ele no Corinthians. Desde que chegou, no meio de 2011, Emerson sempre teve espaço no time e foi importante em momentos decisivos, especialmente na conquista da Libertadores, quando fez dois gols na final contra o Boca.
Agora, além de Guerrero, ele ganhou a concorrência estelar de Alexandre Pato. Em entrevistas recentes, Tite já avisou que dificilmente usará o trio junto, o que deixa clara uma disputa pelas duas vagas do ataque alvinegro.
Emerson percebeu logo. Nos treinos, desde cedo mostrou dedicação ímpar. Logo no primeiro jogo, contra o Mogi Mirim, foi elogiado por Tite pela forma com que retornou das férias. A dedicação também não passou despercebida pelos companheiros.
“Ele foi o diferencial ano passado, esse ano está com mais gás. A gente brinca que ele está mais velho e mais renovado, a cada dia melhorando mais”, disse Ralf.
O histórico de lesões faz com que ele receba atenção especial do departamento médico. Só na última semana, em duas oportunidades ele deixou de participar do rachão para fazer um trabalho especial de fortalecimento muscular.
“Esses trabalhos complementares têm intenção de manter o nível de competição alto sem complicações clínicas. Isso é feito também com Paulo André, Alessandro, Pato...”, explicou o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, que também identificou o “gás extra” de Emerson. “Acho que a concorrência ajuda”, disse ele.
O problema é que, em campo, esse ânimo tem se transformado em ansiedade. Desde o seu primeiro jogo, Emerson tem arriscado mais que os companheiros, e mesmo tendo sido efetivo em vários momentos, não balançou as redes. Contra o Oeste, quando o Corinthians já vencia com tranquilidade, ele decidiu bater o pênalti, a despeito dos pedidos da torcida por Guerrero, e perdeu.
“Um cara como ele fica p... da cara. Ele era merecedor de gols pelos desempenhos, mas futebol não é assim. Não é matemática, joga bem e faz um gol. Tem de manter o desempenho, isso é importante. Uma hora ele vai aparecer livre, como foi na Libertadores”, disse Tite logo após a goleada contra o Oeste.
A espera de Emerson é longa. Ele não marca desde 10 de outubro do ano passado, quando o Corinthians fez 3 a 2 no Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Desde então, foram nove partidas sem balançar as redes. Se vencer a disputa direta com Alexandre Pato e Guerrero, no próximo sábado terá a décima chance, contra o São Caetano, no Pacaembu.
Fonte: UOL
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